24 June 2012

PORQUE MENTEM OS POLÍTICOS



Palavra Fala e Lei
são coisas diferentes.
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Derrida chega a afirmar que a palavra antecede a fala. 
A Lei regula o Discurso.
Mas que Discurso? E em que Fala?
E, quem ou o Quê diz a Palavra? E porquê?
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Entrámos discretamente no mundo das Compulsões.
Algo empurra a Fala para o domínio da Palavra.
Do lado Exterior o Real é reinventado, refeito, "repetido".
Mas este Real não é a Realidade,
é a imagem invertida do Desejo.
Voilá, eis a Neurose.
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Em boa verdade o político menor
produz a não fala infantil.
Blá blá (eu) quero. Diz.
Blá blá (tu) és (eu). 
E enfrenta o Espelho.
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A escrita corta, limita (neuroticamente) o desejo espelhado. O risco da Perversão é este.
A fala tenta "calar" (calcar) a queda no Silêncio.
Inevitavelmente é preciso Falar mais, e mais, e sempre.
A Palavra congela, paralisa, e isso pode tornar-se Sintoma.
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O Poder tem a sinaléctica da Perversão.
Envolvida pelo Espectro do que virá a Ser.
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Todo este "Complexo" se redime em Lei.
Da Lei sabe-se não sabendo.
A Lei é Palavra (escrita em pedra ou 'ouvida' do Alto).
A Palavra não é Real
e do que Fala é do Desejo.
Recalcando-o
e daí fazendo-o emergir inevitavelmente.
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O Político nem sequer mente.
Ele apenas deixou de Falar.
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His Masters Voice 
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Há muito tempo ido
os Homens entendiam...
Agora ensurdeceram do seu próprio ruído animal..
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